Santo Antônio e Itapuã: uma história de fé que atravessa séculos

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O mês de junho chegou e, com ele, o início das tradicionais festas juninas e a celebração de um dos santos mais queridos do povo brasileiro: Santo Antônio. Mas o que poucos sabem é que a relação do santo com a Bahia – e especialmente com Itapuã – é mais antiga e profunda do que se imagina.

Tudo começa no final do século XVI, com uma história que mistura fé, resistência e um episódio curioso ocorrido aqui mesmo, nas areias de Itapuã. Em 1576, durante a travessia de uma frota francesa rumo ao Brasil, uma imagem de Santo Antônio, saqueada em Arguin (na costa africana), foi alvo de zombarias por parte da tripulação protestante e acabou sendo lançada ao mar.

O que parecia ser o fim da pequena escultura tornou-se o início de uma das mais belas histórias de devoção do Brasil. Após uma tempestade afundar quase todos os navios da frota, os sobreviventes chegaram à costa baiana e seguiram a pé até Salvador. Quando passaram por Itapuã, foram surpreendidos: a imagem de Santo Antônio estava de pé, na areia da praia, intacta. O episódio deixou os homens arrependidos, e a imagem foi recolhida com respeito.

A imagem passou pelas mãos de Francisco Dias D’Ávila, chegou à Igreja de Nossa Senhora da Ajuda e, em 1595, foi levada à Capela de São Francisco. A partir desse momento, passou a ser conhecida como Santo Antônio de Arguim, sendo posteriormente eleito padroeiro de Salvador em 1597, pela Câmara Municipal e pelo povo.

📍 A devoção começou em Itapuã e se espalhou pelo Brasil

Segundo o padre Jailson, a devoção dos brasileiros a Santo Antônio começou em Salvador, e os registros históricos apontam que Itapuã foi o local onde a primeira imagem do santo foi encontrada em solo brasileiro. Por ser capital da colônia, Salvador tornou-se ponto de partida de muitos missionários e pregadores, que levavam a fé por todo o território.

🔔 Santo Antônio além das simpatias

Conhecido pelas famosas simpatias para encontrar um amor, Santo Antônio é também padroeiro das causas impossíveis, da fartura e da família. A devoção popular o transformou em símbolo de esperança e milagres – e em Itapuã, seu nome é lembrado com carinho por muitos moradores mais antigos.

✨ Do litoral às tradições populares

É com esse legado que junho se torna ainda mais especial em Itapuã. Entre quermesses, missas, fogueiras e sambas juninos, a fé em Santo Antônio segue presente, como parte viva da cultura e da memória do bairro.

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