Sentimento itapuãzeiro renasce entre nativos

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Do bairro praieiro e distante do centro da cidade certamente, pouco restou quando analisamos a agitada Itapuã. No entanto, trabalhos que buscam revitalizar a antiga morada de poetas e músicos, estão ajudando a mudar essa realidade. Segundo o coordenador da Casa da Música, Amadeu Alves (46) após a atuação da Casa da Música e dos grupos culturais locais, as pessoas estão resgatando a satisfação em ser itapuãzeiro.

“Sinto que as pessoas se reconectaram e percebem aos poucos que o Abaeté, por exemplo, tem vida própria que independe de grandes investimentos”, diz o coordenador. “Assim, como quando levamos atividades para a beira da Lagoa, as pessoas identificam que ali é um verdadeiro santuário ecológico”, reforça.

No entanto, até chegar a essa mudança, foi preciso muitas ações. Amadeu afirma que quando chegou para administrar a Casa da Música há sete anos, encontrou um sentimento de baixa auto-estima entre os moradores. “Até os músicos nativos afirmavam ter receio de dizer que tinham origem em Itapuã”, completa.

Para Amadeu, a falta de segurança ainda é um fator que inibe o sentimento de pertencimento ao bairro. “Coisas simples que eram possíveis no passado, como andar tranquilamente nas dunas, na Lagoa à noite ou admirar a lua, não é possível fazer mais, por causa da violência. E para vivenciar essa Itapuã das belezas naturais precisa ter o investimento em segurança”, frisa.

De acordo com Amadeu, o crescimento desordenado é outra questão que bloqueia a vivência cultural. “O explosão imobiliária trouxe muitas pessoas de fora, que se estabeleceram comercialmente, sem ter qualquer identificação com o bairro. É preciso implementar na rotina do bairro uma maneira de formatar essa força comercial e transformá-la em algo positivo e se possível tornar até um diferencial”, sustenta o músico.

O coordenador defende ainda que o resgate cultural deve ser feito também pelos nativos. As pessoas estão conhecendo mais as histórias e precisam transmitir para o maior número que puder.  Outra referência são as pessoas idosas que guardam essa memória da Itapuã antiga.

“É preciso compartilhar as informações no boca-a-boca e reatar as relações entre moradores. Lavadeiras, contadores de história, pescadores, ganhadeiras são acervos vivos importantes e precisam ser valorizados. É uma rede e exige o esforço de todos”, finaliza Amadeu.

Fonte: ItapuãCity | Camila Barreto

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