Amadeu Alves e Gregory Tunesi falam sobre lançamento do LP As Ganhadeiras de Itapuã

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O grupo As Ganhadeiras de Itapuã nasceu em 2004 com o resgate de memórias afetivas das tradições e festejos da antiga vila de pescadores. A primeira produção musical do coletivo ganhou vida no formato de disco que será lançado na próxima quinta-feira (04). Amadeu Alves, diretor musical do projeto, e Gregory Tunesi, criador do selo Taboca Records, falaram sobre o trabalho desenvolvido e as expectativas para o lançamento em entrevista ao Jornal da Cidade desta quarta-feira (03).

O LP das Ganhadeiras é o primeiro lançamento do Boca Records. Ao falar sobre a conquista, Tunesi diz ter orgulho da estreia do selo que tem a proposta de abraçar a música da Bahia através das produções discográficas. “Não só as músicas folclóricas mas também composições atuais”, o produtor diz que é necessário atender aos novos públicos do vinil na Bahia que, para ele, nunca deixou de existir, mas se fortaleceu após a pandemia.

Ao falar sobre o trabalho desenvolvido com o grupo, Alves comemora as conquistas e surpresas que surgiram no caminho. Com o primeiro CD lançado em 2014, as Ganhadeiras venceram o reconhecimento de Melhor Grupo Regional e Melhor Álbum de Música Regional no 26º Prêmio da Música Brasileira de 2015, e foram convidadas de honra da apresentação de encerramento das Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro, como lembra o músico.

“A gente veio trabalhando a partir da memória afetiva dessas senhoras, a partir também de uma musicalidade dessas lembranças, dessas cantigas que elas traziam, mas também dos percussionistas que passaram pelos blocos afro, pelo candomblé. E passando também por essa característica soteropolitana de ser uma porta de entrada para muitas culturas”, contou Amadeu, que destacou a influência da musicalidade negra na produção do álbum.

Durante a entrevista, Amadeu também lamentou o descaso com a cultura da região da Lagoa do Abaeté por parte dos órgãos públicos. “Quando eu cheguei na Casa da Música, em 2007, eu encontrei aquele lugar que não tinha muito atrativo para muitas pessoas mas a gente conseguiu, mesmo naquele contexto, fazer um trabalho de trazer as pessoas para viver aquele lugar e perceber que a beleza e a magia estão ali […] O Abaeté precisa desse olhar do poder público, a gente não entende porque o espaço é deixado naquele estado”, disse o entrevistado.

O disco, que reúne composições originais das Ganhadeiras e interpretações de clássicos da música brasileira, estará disponível para venda no Cine Metha Glauber Rocha na próxima quinta-feira (4), durante o lançamento. No evento também estarão algumas Ganhadeiras para falar sobre o trabalho e conversar com o público.

Confira a entrevista na íntegra:

Fonte – Metro 1
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