Arquiteto relata descaso com paciente idosa na UPA de Itapuã

upa helio machado
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Por meio de carta aberta, o arquiteto Edilson Campelo relatou um descaso ocorrido na UPA Dr. Hélio Machado, Itapuã, em Salvador, onde a mãe dele, Ezilda Maria Campelo de Oliveira, 76 anos, está internada desde o último dia 13. A paciente foi regulada como prioridade para UTI, porém não foi encaminhada até esta terça-feira (22).
“Foi iniciado o tratamento de uma infecção respiratória com o antibiótico que havia disponível na instituição, mas, ao mesmo tempo, fomos informados pelo plantonista, Dr. Bruno, que o ideal seria o Tazocin, o qual a UPA não dispunha, mas poderíamos conseguir em algum outro Hospital por doação ou troca. Isto foi realizado no dia seguinte (segunda-feira, 14/08/2017), com a disposição do Menandro de Faria em fazer uma troca entre Farmácias, mas negado pela Dra. Jucinete Bispo, plantonista responsável naquela data, com a justificativa de que a Unidade não possuiria suporte para a administração deste medicamento”, relata em trecho da carta.
Segundo o arquiteto, a justificativa “caiu logo na data seguinte (terça-feira, 15/08/2017), quando a Dra. Laís, com o aval da Coordenadora Médica da Unidade, Dra. Adriana, se dispuseram a dar encaminhamento e o trâmite foi executado com a negociação entre os farmacêuticos responsáveis”.
Ainda de acordo com Campelo, enquanto se esperava a transferência para UTI através de Regulação, o quadro foi melhorando até que domingo (20), a administração do antibiótico foi interrompida por dois horários consecutivos.
Ela aponta também que não a médica Jucinete Bispo, que vetou a tramitação farmacêutica descrita, chegou a acusa-lo de roubo. “Diante de toda a equipe na Sala de Observação Feminina, onde está internada minha mãe, levantou, em alto e bom tom, o absurdo de que eu estaria “roubando” (palavra usada por ela) do Menandro, quando minha irmã, que havia passado a noite, a informou que eu estaria trazendo a medicação receitada por ela mesma para o tratamento da infecção urinária que se apresentou agora pela manhã e que, mais esta, não havia disponível na Unidade. Infecção que acredito deva ser apurada se se deu em decorrência da falha na administração do antibiótico”, detalha.
Ele ainda relata outro caso de “desumanidade” praticado pela médica. “Minha irmã, Ana Carolina, de quem falei no parágrafo anterior, indagou à referida doutora usando a carinhosa expressão “como está nossa neném”, o que se seguiu da desumana e fria resposta: “nossa, não, sua!”. Concluo entendendo que esta profissional se mostrou incapaz desde o primeiro momento, quando vetou a administração do medicamento que salvaria uma vida e imaginando quantas vidas ela foi incapaz de salvar por pura insensibilidade ou, para usar o termo da PNH, desumanidade”.
Por fim, o arquiteto afirma que aguarda que “medidas cabíveis sejam tomadas para evitar que profissionais assim continuem lidando com a saúde de todos nós cidadãos”.
Leia a carta na íntegra:
Carta Aberta
Olá,
Meu nome é Edilson Campelo. Eu sou filho de Dona Ezilda Maria Campelo de Oliveira, 76 anos, paciente internada em estado grave na UPA Dr. Hélio Machado, Itapuã, desde o dia 13/08/2017, Regulada como prioridade para UTI, porém sem encaminhamento até a presente data.
Foi iniciado o tratamento de uma infecção respiratória com o antibiótico que havia disponível na instituição, mas, ao mesmo tempo, fomos informados pelo plantonista, Dr. Bruno, que o ideal seria o Tazocin, o qual a UPA não dispunha, mas poderíamos conseguir em algum outro Hospital por doação ou troca. Isto foi realizado no dia seguinte (segunda-feira, 14/08/2017), com a disposição do Menandro de Faria em fazer uma troca entre Farmácias, mas negado pela Dra. Jucinete Bispo, plantonista responsável naquela data, com a justificativa de que a Unidade não possuiria suporte para a administração deste medicamento. Justificativa esta que caiu logo na data seguinte (terça-feira, 15/08/2017), quando a Dra. Laís, com o aval da Coordenadora Médica da Unidade, Dra. Adriana, se dispuseram a dar encaminhamento e o trâmite foi executado com  a negociação entre os farmacêuticos responsáveis.
A partir de então, enquanto se esperava a transferência para UTI através de Regulação, o que ainda não ocorreu, o quadro foi melhorando até que, ontem (domingo, 20/08/2017), a administração do antibiótico foi interrompida por dois horários consecutivos, conforme mostra a imagem abaixo, escaneada do Prontuário, tendo sido alegado não saber que o medicamento estaria na Farmácia da Unidade (notar que a responsável da ocasião simplesmente anotou, de próprio punho: “Ntem” ou “Não tem”), sendo que, no dia anterior (sábado, 19/08/2017), já havia ocorrido algo parecido, quando a mesma medicação foi atrasada em mais de uma hora pelo mesmo motivo, até que a acompanhante da hora sinalizasse que estava na Farmácia.
Não obstante, esta mesma Dra. Jucinete Bispo, que vetou a tramitação farmacêutica descrita acima, hoje (segunda-feira, 21/08/2017), diante de toda a equipe na Sala de Observação Feminina, onde está internada minha mãe, levantou, em alto e bom tom, o absurdo de que eu estaria “roubando” (palavra usada por ela) do Menandro, quando minha irmã, que havia passado a noite, a informou que eu estaria trazendo a medicação receitada por ela mesma para o tratamento da infecção urinária que se apresentou agora pela manhã e que, mais esta, não havia disponível na Unidade. Infecção que acredito deva ser apurada se se deu em decorrência da falha na administração do antibiótico.
Sustento-me, nesta Carta Aberta, pela Política Nacional de Humanização (PNH), lançada em 2003 pelo Ministério da Saúde e, aproveito o uso da palavra “humanização” para relatar mais um fato, que parece ínfimo diante de tudo, mas acredito caber no contexto do que eu entendo por Humanidade. Minha irmã, Ana Carolina, de quem falei no parágrafo anterior, indagou à referida doutora usando a carinhosa expressão “como está nossa neném”, o que se seguiu da desumana e fria resposta: “nossa, não, sua!”.
Concluo entendendo que esta profissional se mostrou incapaz desde o primeiro momento, quando vetou a administração do medicamento que salvaria uma vida e imaginando quantas vidas ela foi incapaz de salvar por pura insensibilidade ou, para usar o termo da PNH, desumanidade.
Espero que medidas cabíveis sejam tomadas para evitar que profissionais assim continuem lidando com a saúde de todos nós cidadãos.
Esta Carta Aberta será veiculada diante de todos os profissionais da saúde e em todas as mídias e redes que se mostrarem abertas à denúncia.
Fonte: Bocão News
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