A tradicional Baleia Rosa do amor, que desfila há mais de 30 anos em Itapuã durante os seus festejos populares, já está com programação pronta para o verão 2023. Neste ano, o produtor cultural Cristiano Loureiro promete trazer uma edição especial, homenageando em memória duas figuras importantes, e que fazem parte da história do bairro: Sr. Gilberto Ataíde, da Padaria Portugal, e Armindo Biriba, campeão brasileiro pelo Bahia.
A atração cultural inicia o seu cronograma de apresentações durante a realização da centenária Lavagem de Itapuã, que acontece no dia 09/02, última quinta-feira antes do carnaval, com a participação da Charanga do Amor. O percurso terá início na orla de Piatã, seguindo pela orla de Itapuã e finalizando o trajeto na sede do Bloco Afro Malê Debalê.
Carnaval
Seguindo a tradição que já ultrapassa 3 décadas, o público que quiser encerrar com chave de ouro a programação da folia momesca, também contará com o desfile da Baleia Rosa na quarta-feira de cinzas, em Itapuã. A atração cultural tem concentração por volta das 15h no Parque Metropolitano do Abaeté, onde segue desfilando até a Praia de Itapuã, ao som de um mini-trio elétrico.
Ao chegar na região da orla de Itapuã, a Baleia Rosa é lançada ao amor por moradores nativos, e levada até a região da famosa “Pedra que Ronca”, tendo um desfecho especial com o pôr do sol ao mar de Itapuã.
História
A Festa da Baleia de Itapuã foi criada em 1987 pelo artista Waly Salomão, naquele momento presidente em exercício da Fundação Gregório de Matos e coordenador do Carnaval de Salvador, para ser o símbolo da Lavagem e do Carnaval do bairro. No mesmo ano, a festa foi coordenada pela atriz Gessy Gesse, e a baleia confeccionada em papel machê pelo artista plástico Isolino Passos. No ano seguinte, 1988, Waly Salomão e seu amigo, o artista plástico e produtor cultural João Loureiro, criaram a Baleia Rosa do Amor, uma baleia lúdica, inflável, com nove metros de comprimento, que simbolizou a Lavagem de Itapuã e o Carnapuã/88.
Criou-se então a “Chegança da Baleia Rosa de Itapuã, a Baleia do Amor”, momento em que desfilou na lavagem do bairro e no sábado de Carnaval. Chegou do mar, sendo recebida pelo Malê Debalê, o cantor e compositor Gilberto Gil que, além de se apresentar com o sambista Riachão cantando “Baleia da Sé”, ajudou a coordenar a festa, que alcançou mídia em nível nacional. A baleia retornou ao mar na quarta-feira de cinzas. Esse Carnaval ficou na memória de todos como o maior Carnaval já realizado no bairro.
A “Chegança da Baleia Rosa de Itapuã, a Baleia do Amor”, foi revitalizada em 2003, pelo produtor cultural Cristiano Loureiro, com o apoio do Ministério da Cultura, e a articulação de apoios à realização do evento, sempre mantendo a tradição de um cortejo animado por diversas atrações artísticas e musicais. Em 2008, com o apoio da Saltur, a baleia chegou do mar puxada por barco, conduzido por pescadores, para a Lavagem de Itapuã.
Comemorando os 20 anos, foi recepcionada com fogos de artifício e pelo bloco afro Malê Debalê, que a escolheu como tema da Lavagem de Itapuã 2008. A baleia seguiu em cortejo até a Igreja de Nossa Conceição de Itapuã, para reverenciá-la, voltando ao mar, despedindo-se da festa, sendo aclamada por moradores, turistas e pescadores. O que será mantido daqui por diante.
Convém destacar que a “Chegança da Baleia Rosa de Itapuã, a Baleia do Amor”, em 1988, ficou marcada no imaginário da população local e de todos aqueles que tomaram conhecimento dos festejos, pelo seu aspecto lúdico, de integração, celebração e preservação ambiental.