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O bairro de Itapuã lidera o ranking de reclamações de poluição sonora em Salvador e é considerado um dos bairros mais barulhentos da cidade. O som alto de carros e estabelecimentos incomoda moradores e transeuntes que nada têm a ver com os eventos realizados quase diariamente na região. Após receber várias denúncias de moradores da região, o Varela Notícias compareceu à Praça Dorival Caymmi para saber se alguma medida está sendo tomada para a resolução do problema.
Confrontados com a afirmação, vários comerciantes locais discordaram das denúncias e disseram que não havia o incômodo. A maioria dos que foram entrevistados afirmou não perceber barulho acima do permitido. O único que se se posicionou de forma diferente foi o comerciante Divino Gomes da Costa, proprietário de uma loja de tecidos em frente ao ponto de ônibus perto da praça. “Todo dia estaciona carro irregular por aqui”, afirmou o comerciante, que não é morador e costuma evitar passar pela praça fora do horário de trabalho para não ter transtornos. Ele disse ainda que muitos desses carros de som param em frente ao estabelecimento dele, sem horário específico, mas reclama poucas vezes porque “eles logo vão embora”.
Entretanto, moradores nas proximidades da praça não compartilham dessa visão de calmaria relatada pela pelos proprietários dos estabelecimentos. Roberto do Santos trabalha como guardador de carros no local há 18 anos e enfatizou ao VN que todas as denúncias eram verdadeiras. “Eles não respeitam nem a missa, de manhã cedo já tem carro de som, quando o padre vai rezar”, disse ele.
Sem hora e nem ponto específico, carros de som vêm e vão, parando em qualquer lugar e não se importando com os transtornos que resultam de suas ações. Gilmario de Santana, que mora nas proximidades da igreja, também confirmou a onipresença dos carros de som, mesmo em dias de semana.
O site também caminhou pelas proximidades da praça e abordou várias pessoas, mas pouca gente quis falar sobre o problema. Muitos até confirmaram o som alto, mas não quiseram ser entrevistados e nem identificados. Um deles disse que o motivo é o receio de possíveis retaliações. Ainda segundo moradores, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) faz vistorias periódicas na região, mas que isso não está resolvendo o problema. “Se tira um, aparecem dois”, resumiu um deles.
Procurada, a assessoria da Sucom confirmou que recebe muitas ligações da região e que tem um plantão 24h, além de equipes para atender as denúncias nesta e nas demais localidades. O órgão disse ainda que, nos fins e semana, realiza a operação “PAE” e a operação “Silere” – esta última em parceria com a Guarda Municipal e a Polícia Civil para notificar os estabelecimentos e apreender caixas de som dos carros. “Este é um trabalho de ‘enxugar gelo’. Nós já notificamos vários estabelecimentos e apreendemos caixas e equipamento de som toda semana e eles infelizmente continuam voltando”, lamenta um assessor do órgão.
Fonte: Varela Notícias