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A comunidade escolar do Colégio Estadual Rotary, localizado no bairro de Itapuã, em Salvador, promoveu, nesta quarta-feira (29), a culminância do projeto ‘Ayomide’ – palavra Ioruba que significa minha alegria chegou –, encerrando as ações do Novembro Negro na unidade. A atividade interdisciplinar foi aberta à comunidade e teve como proposta mostrar as contribuições das culturas africanas, indígenas e europeia para a formação da identidade brasileira.
Como parte da programação, os estudantes apresentaram o projeto de ciência lúdica, com trabalhos desenvolvidos em sala de aula, abordando temáticas como as mulheres negras abolicionistas. Em painéis, foram expostas pesquisas sobre quilombos e sobre as culturas negra e indígena. A atividade contou ainda com pintura de telhas, oficinas de turbante e de abayomi (bonecas de pano africano), mostra de dança e concurso de beleza negra. Também foram prestados serviços de saúde.
Segundo o diretor da unidade escolar, Erweuter Volkart, o projeto é um trabalho de afirmação identitária. “A maior parte da nossa clientela é daqui de Itapuã e muitas vezes não conhece a história dos seus ancestrais. Então, nós queremos mostrar que eles estão inseridos nesse contexto que envolve a fusão das culturas que contribuíram para a formação da nossa sociedade, mostrando que é possível essa integração. Trabalhamos muito com o viés do aluno protagonista, conduzindo-os para um caminho em que eles mesmos são sujeitos da construção desse aprendizado”, explicou.
Valorização
Vitória Pereira, 18 anos, 3º ano, participou da oficina de turbante e conta que sempre usa o adorno. “Me sinto mais bonita e elegante quando uso o turbante. Além de ser um acessório, é uma forma de reconhecer e valorizar a nossa identidade afro-brasileira”. Já Verônica Caetano, 16, 2º ano, concorreu ao prêmio Beleza Negra do Rotary. “É uma atividade maravilhosa, porque acaba conscientizando não somente os alunos, como outras pessoas da região, aproveitando para reforçar o Novembro Negro e também mostrar o trabalho de afirmação e conscientização que deve ser feito todos os dias, porque o preconceito não tira férias e todos os dias estamos vendo, na mídia, várias polêmicas envolvendo casos de racismo”.
Quem também participou do concurso Beleza Negra do Rotary, na versão masculina, foi Ubirajara Morais Júnior, 16, 1º ano. Para o estudante, a iniciativa contribui para diminuir o preconceito etnicorracial. “É uma atividade que visa conscientizar a população sobre a diversidade existente em nosso país. Todos precisam ser respeitados sejam eles brancos, negros, indígena, porque somos humanos com as mesmas capacidades e sentimentos”, avaliou.
Fonte: Ascom/Secretaria da Educação do Estado