Nós, o mundo e as locadoras

Compartilhe:

locadorarodoviaria

 

coluna-perspectivas

Em meio ao mundo repleto computadores, tablets, notebooks, Smartfones e tantas outras parafernálias ultramodernas, nem parece que há dez anos desfrutamos dos serviços prestados pelas famosas locadoras. Naquela época eram locadoras os verdadeiros oásis de lazer para nós seres humanos que junto a amigos, familiares, namorados, namoradas ou mesmo sozinho, sentávamos em frente aquela grande caixa de ressonância audiovisual chamada televisão para assistir os mais variados filmes hollywoodianos.

Os aluguéis de Fita cassete e DVDs eram uma verdadeira febre. Haviam locadoras em quase todas as esquinas, e Itapuã não estava fora desse contexto. No bairro haviam diversas locadoras, seja no Farol, na Vila Militar, na Água suja, no coqueirinho, no bom preço, na caixa econômica… O engraçado é que pouca gente conhecia os nomes comerciais dos estabelecimentos. Seja ela onde elas estivessem, locadoras eram locadoras, a exceção de uma tal de Vídeo Vídeo Hobby e, é claro, a locadora de Ernesto.

Os espaços voltados para a locação de filmes tinha um papel fundamental na nossa sociedade. Naquela época, tão perto e tão remota, haviam dois profissionais responsáveis por guardar os mais picantes segredos do cidadão soteropolitano: o rapaz que revelava fotos e o funcionário das locadoras. Eram esses os heróis e guardiões da verdade, destinados a selar os seus testemunhos no sagrado livro oculto de suas massas cinzentas! Enquanto o revelador de fotos guardava para si provas concretas de fotos eróticas de homens e mulheres das mais variadas naturezas, os locadores tinham uma íntima relação com os gostos mais íntimos de seus clientes mais abafados.

A lista de  eróticos era grande e na mesma proporção do fluxo de entrada e saída de DVDs. Um mesmo disco passava pelas mãos de inúmeros jovens desregulados, além de homens e mulheres de idade. Era um verdadeiro circuito mercadológico que movimentava os anseios e as satisfações de muitas pessoas. Tudo isso acobertado pela discrição absoluta das partes envolvidas, e para isso não faltavam estratégias, como por exemplo daqueles que só apareciam em dias como terças e quartas, pela manhã ou pelo meados da tarde. Haviam também outros que decoravam a numeração de registro dos filmes, de tal forma que era comum encontrar diálogos como “o 546 chegou?”… “Ainda não, mas o 548 chegou agorinha!”.

Em suma, como é bom relembrar o passado em que amigos se juntava em frente a tela da TV para assistir aquele filme de terror, ou aquele lançamento! Quanto aos comes e bebes, favor não esquecer da boa e velha coca-cola e os salgadinho Elma Chips . A Tubaína e o Gula também dão conta do recado. A pipoca, tanto faz ser de panela ou de microondas. O importante é não queimar. E assim era o mundo das locadoras. Tempos maravilhosos que ficaram no passado.

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *