Prosa mal escrita

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A cultura baiana nas suas diversas áreas é recheada de grandes nomes. Exemplos como Dorival Caymmi, Glauber Rocha, João Ubaldo Ribeiro, dentre tantos outros, elevaram o nome do nosso estado ao mais alto patamar artístico. Não há, no entanto, até o momento um baiano que tenha disseminado tanto a baianidade mundo a fora como o escritor Jorge Amado.

Nascido em Itabuna, região sul da Bahia, em agosto de 1912, Jorge escreveu ao todo 49 obras e é considerado o autor brasileiro mais lido no mundo, tendo sido traduzido para mais de 40 idiomas e publicado em 80 países. Além disso, suas obras são as que mais receberam adaptações para cinema, TV e teatro.

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Fachada da Escola Municipal Jorge Amado; Foto: Saulo Miguez

Como não poderia deixar de ser, como forma de homenagem a esse mestre da literatura, faculdades e escolas também recebem o seu nome. Itapuã tem a honra de receber um desses centros educacionais, trata-se da Unidade Educativa Municipal Jorge Amado, situada na Av. Dorival Caymmi.

Para a tristeza geral, a fachada dessa escola vem sofrendo do mesmo mal que aflige grande parte do patrimônio público da nossa cidade. Ao invés de uma parede atrativa aos olhos e condizente com o que está por trás do muro, vemos rabiscos feitos a tinta preta cuja a única intenção é depredar o bem público.

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (9605/98), constitui crime “pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano”. Ainda que esse ato não fosse oficialmente ilegal, é visível que esses rabiscos que estão sobre as paredes da Escola Municipal Jorge Amado destoam da ideia presente ali naquele espaço.

Há um choque sociocultural, visto que a escola tem como papel formar cidadãos, instruí-los de modo a fazê-los pessoas capazes de contribuir com o bem estar social. Logo, qualquer atitude antissocial contra este espaço não deve ser vista com bons olhos.

Além do que, se tratando de uma escola que carrega o nome de um escritor, sobretudo um da envergadura do Jorge Amado, isso se agrava. Melhor seria se, o tempo investido por quem rabisca as paredes das escolas em Itapuã fosse investido consumindo os célebres romances escritos por Jorge Amado, estes sim legítimos produtos culturais baianos.

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