Replantio e música marcam manifestação popular contra obras no Abaeté

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Com música, dança e replantio de plantas de cura e proteção, além de árvores frutíferas, nesta segunda-feira (10), moradores do bairro de Itapuã realizaram novo protesto contra a construção de Estação Elevatória de Esgoto (EEE) nas margens da Lagoa do Abaeté. Populares solicitam a paralisação da obra e a adoção de medidas mais baratas e sem risco ao meio ambiente para destinar o esgoto dos estabelecimentos do Parque do Abaeté à rede de esgotamento sanitário.

Durante o terceiro ato do mês foi realizado, no canteiro de obras, o replantio de espécies como espada de São Jorge, boldo, tapete de Oxalá e as frutíferas: coqueiro, pitangueira, bananeira e jambeiro branco.

O professor e pesquisador da UFBA, Miguel Accioly aponta soluções ecologicamente corretas e quatro vezes mais baratas aos cofres públicos. “O saneamento é necessário, mas não com este tipo de esquipamento. A ligação direta com o esgoto será quatro vezes mais barata com valor aproximado entre R$ 70 e 80 mil. Sem necessidade de manutenção, sem impacto ambiental e visual à Lagoa do Abaeté, um ícone da cidade de Salvador”, argumenta.

Alternativa ecossustentável: Bacias de Evatranspiração (BET), também conhecidas como Ecofossa ou Fossa Verde, em que plantas como a thypha domingensis, conhecidas por taboa, e plantas ornamentais realizam a limpeza do esgoto. Por possuir fibra resistente, a taboa ainda pode ser utilizada como matéria-prima para confeccionar artesanatos.

A obra de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) custa R$ 298 mil, exige manutenção quinzenal, exala mal cheiro e, em local ermo, pode ser utilizada como esconderijo de criminosos. O projeto prevê uma estrutura de 240 metros quadrados cercada por um muro superior a dois metros.

“O impacto desta obra é enorme! Vamos ter ruído no lugar do som da natureza, vamos ter mal cheiro ao invés do cheiro da natureza e temos convicção de que não queremos esta obra aqui”, protesta Marli Muritiba da Câmara Técnica do Conselho Gestor da APA do Parques e Dunas do Abaeté.

Desde segunda-feira (2), a comunidade foi surpreendida com a retomada da devastação de retroescavadeira às margens do Abaeté, o acúmulo de lixo e fuga de animais silvestres do seu habitat. Desde sexta-feira (7), a obra não prosseguiu em virtude dos seguidos protestos e vigilância popular.

Fonte: Abaeté Viva e Fórum Permanente de Itapuã

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