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Se no circuito Barra/Ondina houve o famoso arrastão da Quarta-Feira de Cinzas, em Itapuã, um dos bairros mais boêmios e culturais de Salvador, também teve festejo arrepiante. Ontem, centenas de pessoas entre moradores do bairro e da região, integrantes de grupos culturais e de associações realizaram o tradicional desfile de ‘Despedida da Baleia’ que acontece há 37 anos.
Com percurso iniciado no Parque Metropolitano do Abaeté e finalizado nas proximidades da Sereia de Itapuã, o desfile chamou atenção da galera que estava nas varandas das residências e nos estabelecimentos da localidade. O evento é tão importante que até o trânsito foi bloqueado parcialmente. A baleia – feita de materiais leves como isopor – é retirada do mar no sábado de carnaval e devolvida às águas na quarta de cinzas, tudo de forma simbólica, com a ajuda de um barco e pescadores.
“Ela é uma referência histórica porque aqui em Itapuã há muitos anos atrás, pescadores extraiam óleo das baleias. Essa festa existe desde 1987, e, claro, que a baleia é também um símbolo vinculado ao meio ambiente, a ecologia, e que se incorporou completamente na comunidade Itapuã”, declarou Ives Quaglia, integrante de uma das entidades que ficam à frente da organização do desfile. Responsável pela arquitetura e reparos da baleia, Ives detalhou sobre como é feita a produção deste animal simbólico.
“Ela tem basicamente oito metros, com uma estrutura de madeira, isopor, tecido, cola e papel. Essa baleia eu criei em 2008 e, durante esses anos, já foi transformada. Esse ano fizemos a pintura dela em homenagem a Oxum, com seus detalhes dourados”, disse.
