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A ialorixá baiana Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda, um dos maiores símbolos da luta contra a intolerância religiosa na Bahia, será homenageada na próxima sexta-feira, 28 de novembro, às 9h, no Parque Metropolitano do Abaeté (Lagoa do Abaeté), bairro de Itapuã. Na ocasião, o Ilê Axé Abassá de Ogum, fundado pela sacerdotisa e atualmente gerido por uma de suas herdeiras, a também ialorixá Jaciara Ribeiro, promoverá a inauguração do Busto de Mãe Gilda, monumento que ficará instalado na entrada do bairro e promete ser um ponto de referência para os terreiros de candomblé da comunidade.
A homenagem à religiosa acontece quase 15 anos após ela sofrer um infarto e morrer, em decorrência da invasão do seu terreiro e de difamações propagadas por um jornal impresso evangélico, editado pela Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).
“Será um momento de emoção, de reparação para todas as mulheres negras de candomblé. É hora de relembrar a história e tornar o Busto de Mãe Gilda uma referência para os terreiros da comunidade de Itapuã e de toda Bahia”, espera a filha da homenageada, Mãe Jaciara de Oxum, que serviu como modelo para a artista plástica Márcia Magno conceber a escultura.
“Mãe Gilda não era uma mulher de tirar fotos, então foi preciso recriar o rosto dela a partir do meu”, explica a líder religiosa, atualmente coordenadora nacional do Setorial de Religiões de Matrizes Africanas do Coletivo de Entidades Negras (CEN).
A celebração à memória de Mãe Gilda está dentro da programação do Novembro Negro e dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O evento conta com o apoio institucional da Fundação Cultural Palmares, da Secretaria Estadual de Política para Mulheres (SPM) e da Fundação Gregório de Matos.
Após o coquetel de inauguração do busto da ialorixá, o grupo As Ganhadeiras de Itapuã, composto por mulheres negras do famoso bairro soteropolitano, apresentará seu novo show.
Fonte: Tribuna da Bahia