O cineasta Carlos Pronzato lança, na próxima quinta-feira, 22 de outubro, mais um dos seus documentários apropriadamente definidos como “cinema político de resistência popular”. Trata-se de A lagoa escura – em defesa do Abaeté, no qual trata da resistência popular à construção de uma Estação e Esgoto às margens da famosa lagoa. O lançamento acontece às 19 horas no Espaço Cultural Rumo do Vento, localizado na Rua Alto da Boa Vista, s/n, Itapuã.
O lançamento contará com a exibição do filme para convidados, dentre os quais estão os representantes do Fórum Permanente de Itapuã (FPI), do Conselho Gestor da APA Lagoas e Dunas do Abaeté e Abaeté Viva, além de outras organizações e do músico e ex-coordenador da Casa da Música do Abaeté Amadeu Alves, exonerado pela Secult por ter questionado a colocação no local da estação de esgoto.
Outros convidados são personalidades artísticas do bairro, como o compositor Reginaldo Souza, Dona Salvadora e Damiana do Pandeiro; o Defensor Público da União Vladimir Correia, o engenheiro Silvio Orrico e o biólogo Miguel Accioly, ambos proponentes de soluções alternativas para o tratamento do esgoto no local sem afetar os ecossistemas locais de lagoas, dunas e restingas. O evento é aberto ao público em geral, com a utilização de máscaras e respeitando o distanciamento de dois metros.
“Certamente, todo esse povo estará presente. Imagino que o povo de Santo também vá [ao lançamento], já que o documentárioo é uma defesa incondicional dos seus cultos, da lagoa e da natureza. A duração do filme é de 55 minutos e foi realizado em exatos 18 dias, fazendo jus a um cinema urgente desde a pré-produção até a versão final, sendo que morei a maior parte desse período em Itapu? para uma imersão total no tema”, diz o cineasta.
Com uma produção comprometida com os interesses e reivindicações dos segmentos populares de diversos países da América Latina, o escritor, cineasta, teatrólogo e ativista social Carlos Pronzato, argentino de nascimento, mas há trinta anos vivendo no Brasil, é autor de filmes premiados em festivais nacionais e internacionais, a exemplo do documentário Madres de Plaza de Mayo, Memoria, Verdad, Justicia, de 2009.
Chegado recentemente de Santiago, onde filmou, editou e lançou em tempo recorde o filme Piñera – La guerra contra o Chile, abordando as manifestações populares ocorridas recentemente naquele país, Pronzato decidiu abordar o protesto dos moradores de Itapuã que se posicionaram contra a decisão do governo do estado da Bahia de colocar a referida estação no local.
O comentário inclui apresentações musicais, dentre elas a canção “O grito do Abaeté”, feita e executada por Amadeu Alves, Luciana Salgado e Jonga Lima, com grande propagação nas redes sociais e que diz em sua introdução:
“Ô seu moço, a Lagoa do Abaeté é feita de mistério e oração.
É terreno-tradição de cantigas e histórias das guerreiras que se uniram para conquistar as glórias.
Batucajé já soou pra avisar ao homem mau
No terreiro das Ganhadeiras,
Sai de retro escavadeira, sai de perto do quintal.
Nessa terra a areia branca não é sítio de concreto,
Natureza não se arranca, isto não está correto”.
Serviço
O que: lançamento do documentário “a lagoa escura – em defesa do abaeté”
Autor: Carlos Pronzato
Local: Espaço Cultural Rumo do Vento – Itapuã
Dia e hora: 22/10/2020, a partir das 19 horas
Obrigatório o uso de máscaras e o distanciamento de dois metros.
Contatos:
(21) 97995-7981 – carlos pronzato
(71) 99911-8010 – amadeu alves