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Salvador sofreu com as fortes chuvas que caíram sobre a cidade na semana passada. O volume de água que caiu na capital baiana deixou mais de uma dezena de vítimas fatais, outros tantos desabrigados e mais uma vez expôs os problemas estruturais/ sociais que assolam a terceira maior metrópole brasileira.
Ao observarmos as localidades mais afetadas, percebemos quanto a marca da desigualdade social se faz presente. Bom Juá e Castelo Branco são duas comunidades populosas, onde um número expressivo dessa população se concentra em moradias precárias construídas em área de risco. Em um contexto como este, situações como a ocorrida não pode ser considerada uma surpresa.
Há anos o soteropolitano vem sofrendo os efeitos de administrações públicas pouco voltadas para o social, sobretudo no que se referem às ditas áreas afastadas do centro, ou, como muitos preferem, periferias. Nessas áreas, turistas não desfilam com câmeras em punho registrando em “selfies” seus momentos na boa terra. Muito menos, são gravadas lá imagens que “representam” a cidade mundo a fora.
Porém, tal qual ocorre nas chamadas áreas nobres de Salvador, nas periferias existem pessoas. Homens e mulheres que diariamente saem de casa muito antes do dia amanhecer para correr atrás de um pouco de dignidade. Cidadãos que votam, pagam impostos, vivem de acordo com as Leis e, por isso, merecem ser tratados pelo poder público com o mínimo de dignidade que a Constituição preconiza.